A romã (Punica granatum L.) é uma fruta nativa da Pérsia e foi domesticada no Irã, por volta de 2000 anos antes de Cristo. Daí se espalhou pelo Mediterrâneo e países da Ásia, África, Europa e das Américas. Os gregos consideravam esta fruta símbolo do amor e da fecundidade, consagrando a romãzeira à deusa Afrodite. Ainda hoje a romã é considerada sagrada pelas principais religiões do mundo.
O fruto da romãzeira é esférico e apresenta casca rígida, cuja coloração varia de verde-clara a amarelo-laranja e avermelhada. Em seu interior existem lacunas onde as sementes de cor avermelhada e de gosto agridoce ficam alojadas em camadas.
A romã pode ser consumida in natura ou como sucos, geleias e vinhos, mas também é utilizada na medicina popular por possuir propriedades terapêuticas. Diante disso, a romã vem se tornando alvo de várias pesquisas científicas, sendo tratada como um potente fitoterápico.
Esta fruta é rica em vitamina A, vitaminas do complexo B (B1, B2, B3, B5 E B6), cálcio, ferro, fósforo e potássio, além de ser considerada um dos alimentos com maior teor de manganês.
O suco da romã apresenta em sua composição compostos fenólicos, como as antocianinas, quercitina, ácidos fenólicos e taninos. Trabalhos científicos demonstraram que esses compostos apresentam influência sobre fatores biológicos, como a atenuação de fatores aterogênicos, modulação das respostas antiinflamatórias e ação antioxidante.
Os flavonoides encontrados no suco fermentado e óleo da romã também possuem efeito antioxidante. Resultados de pesquisas científicas sugerem que a atividade antioxidante da romã é maior que a do vinho tinto e do chá verde.
A romã se mostra eficaz também no controle e prevenção do diabetes. Pesquisas mostraram que extratos do epicarpo da fruta inibem a absorção intestinal de glicose, evitando a hiperglicemia. Esta fruta é também um potente antimicrobiano, sendo eficaz no combate a bactérias resistentes a antibióticos. O chá das cascas do fruto é utilizado para tratamento de helmintoses.
Os preparos obtidos a partir da romãzeira, como sucos e chás do fruto, flor ou casca da árvore são popularmente usados para tratar diversos problemas de saúde. Entre eles podemos citar problemas gastrointestinais, dores de garganta (gargarejo com o chá da casca do fruto), úlceras na boca e genitália, dispepsia, diarreia, aftas, parasitismo, abscessos, tosse, angina, inflamação urinária e injúrias na pele.
Diante das propriedades medicinais e nutricionais da romã, esta fruta se torna um instrumento importante na prevenção e tratamento de doenças como hipertensão, doenças cardiovasculares, artrite reumatoide, catarata, câncer, além de prevenir o envelhecimento precoce.
Porém, é preciso ter cuidado com a utilização dos extratos da romã. A casca da fruta contém algumas substâncias ativas, entre elas a peletierina, um veneno espamódico que pode levar a uma paralisia central generalizada. Os primeiros sintomas de intoxicação são alterações visuais, vertigens e vômitos. A casca da romã contém ainda quantidade considerável de glucósidos adstringentes, que podem provocar prisão de ventre.
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