Fruto de uma planta rasteira da família das cucurbitáceas, o melão pertence ao gênero Cucumis, que inclui vegetais tão diversos quanto o pepino ou o kiwi.
Suas origens são imprecisas: alguns historiadores afirmam que a planta é nativa da Ásia Central, outros, que vem do continente africano.
O fato é que no antigo Egito o melão já era cultivado pelo menos desde 2.400 a.C., como confirmam os registros pintados em tumbas egípcias dessa época. Também é citado no Antigo Testamento, na passagem da travessia do deserto realizada pelo povo judeu sob o comando de Moisés. E na Roma Antiga, manuais do século 3 trazem instruções para o seu cultivo.
O melão chegou à península ibérica, onde é muito apreciado, pelas mãos dos conquistadores muçulmanos, outros grandes apreciadores da fruta — segundo um antigo dito árabe, “aquele que saciar sua fome com melões se encherá de luz”. No século 15, ganhou a França e a corte francesa, que gostava de comer a fruta acompanhada de vinho moscatel.
As primeiras sementes do fruto chegaram às Américas na segunda viagem de Colombo ao Novo Mundo, em 1493. Porém, no Brasil, ele só começou a ser cultivado comercialmente a partir dos anos 1960. Até então, os pés de melão eram plantados no meio de outras lavouras. Era o melão caipira, suculento e perfumado, hoje dificilmente encontrado.
Inicialmente, o cultivo comercial se estabeleceu em São Paulo e no Rio Grande do Sul, mas, a partir dos anos 1980, as plantações se deslocaram para a região Nordeste, já que a planta se desenvolve melhor em clima semi-árido.
Até pouco tempo, as plantações se restringiam ao melão amarelo e ao Honey Dew, conhecido como pingo de mel. Nos últimos anos, outras variedades, como o melão Gália ou o Cantaloupe, começaram a ser plantadas por aqui.
Com 80% de água, o melão é bastante refrescante e, como a maioria das frutas no Brasil, é mais consumido como sobremesa. No sul da Europa, não é raro ser servido como entrada nas refeições. Essa opção foi moda por aqui nos anos 1970, quando o “melão com presunto” era sinônimo de entrada chique em jantares e restaurantes, mas a alternativa praticamente desapareceu dos cardápios.
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