Simbolicamente, podemos dizer que o figo existe desde o início dos tempos, já que sua árvore, a figueira, é a primeira planta descrita na Bíblia, no livro do Gênesis. E realmente, traços de sua cultura foram encontrados durante escavações em regiões do Oriente Próximo, em sítios arqueológicos do período neolítico — de 10.000 a 5.000 anos antes de Cristo.
Fenícios, egípcios, gregos e romanos veneravam a figueira e o figo — que, em termos botânicos, não é uma fruta, e sim uma inflorescência.
Na Grécia Antiga, era tão valorizado que foram criadas leis para proibir que os figos de melhor qualidade fossem exportados.
Durante o Império Romano, era considerado sagrado: na mitologia romana, a loba que alimentou Rômulo e Remo, fundadores de Roma, descansou sob uma figueira.
Foram os romanos que levaram o figo da região do Mediterrâneo para o resto da Europa, onde continuou a ser um alimento venerado: na França, por exemplo, onde foi introduzido no final do século 8, era comida de reis. Luis 14, o Rei Sol, mantinha uma plantação no palácio de Versalhes com mais de 700 figueiras só para abastecer a mesa real. E, como com os vinhos e champanhes, os franceses têm hoje os seus figos com “denominação de origem controlada”.
O cultivo do figo foi introduzido no México e no Brasil no século 16, pelos colonizadores espanhóis e portugueses, respectivamente. No século 18, missionários espanhóis trouxeram o figo para a Missão que estabeleceram em San Diego, na Califórnia — por conta disso, Mission é o nome de uma das variedades mais comuns naquela região.
A variedade figo Roxo foi introduzida no Brasil em 1900, por um imigrante italiano, na cidade de Valinhos, em São Paulo. Os italianos ali estabelecidos iniciaram a produção comercial de figo e a variedade ganhou o sobrenome da cidade. O figo Roxo de Valinhos é a única variedade comercial produzida no Brasil, e uma das vinte principais frutas exportadas pelo país.
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